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Mapas e inteligência descartados. Documentos obtidos pelo UOL revelam que a Funai alertou o governo Bolsonaro sobre a gravidade da situação em Roraima, onde o garimpo ilegal provocou devastação em terras indígenas. Em agosto de 2022, com a campanha eleitoral começando, um relatório explosivo sobre o garimpo nas terras yanomami foi remetido para o Ministério da Justiça, que na época tinha Anderson Torres como ministro.
A Funai havia identificado mais de 80 pontos ligados à extração de minérios e ao menos 18 pistas de pouso. Uma grande operação de combate aos invasores, com o uso das forças de segurança, estava programada para o segundo semestre, mas foi engavetada pelo Ministério da Justiça. Em abril deste ano, a comunidade indígena Uxiú foi alvo de ataque de garimpeiros. Um indígena foi morto, dois foram baleados, e a Polícia Federal investiga as causas das mortes de não-indígenas na região.
Escravidão acabou mas está entre nós. Veja se você reconhece esses nomes: José do Patrocínio, Luiz Gama, Vicente de Souza, Manoel Querino, Chico da Matilde, Maria Firmina dos Reis. Sim? Não? São todos abolicionistas, atuantes numa luta polifônica e intensa que a professora Ynaê Lopes dos Santos (UFF) apresenta como “o primeiro grande movimento social do Brasil”. Uma conquista tão importante como o fim da escravidão, há exatos 135 anos, não pode se limitar à imagem da princesa Isabel, que assinou a lei (debatida na Câmara e Senado) em 13 de maio de 1888.
Leonardo Sakamoto lembra que o ano de 2023 já carrega um número muito alto de resgatados em condições análogas à escravidão: foram 1.201 trabalhadores retirados de ambientes degradantes em 97 operações de fiscalização. O colunista André Santana escreve sobre o Bembé do Mercado, festa rara do candomblé nas ruas de Santo Amaro da Purificação, na Bahia, para celebrar a luta negra.
Anderson Torres perde o cargo de delegado. Em liberdade provisória, agora o ex-ministro Anderson Torres está proibido de sair do Distrito Federal e de usar redes sociais, entre outras limitações. Torres estava preso há quatro meses, em batalhão da Polícia Militar, investigado por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro. A decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF), que concedeu liberdade provisória na quinta (11), determinou o afastamento de Torres do cargo de delegado da Polícia Federal, até julgamento definitivo, e o uso de tornozeleira eletrônica.
Para Walter Maierovitch, a situação já cheirava a condenação antecipada. As investigações sobre os responsáveis pela tentativa de golpe prosseguem. Na quinta (11) a PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Empresários, produtores rurais e CACs estão entre os investigados, e contra eles o STF determinou o bloqueio de até R$ 40 milhões em bens e valores a fim de ressarcir os danos ao patrimônio público.
Piqueniques para as mães. O primeiro Dia das Mães foi celebrado em 26 de abril de 1910 nos Estados Unidos. A data foi instituída após campanha para honrar a vida da ativista social Ann Jarvis, que perdeu dez filhos para doenças evitáveis e passou a ajudar outras mães a combaterem a mortalidade infantil.
Durante a guerra civil norte-americana, Ann Jarvis e seus colaboradores traziam conforto também para os soldados feridos. O Dia das Mães começou no século 19, nos Estados Unidos, com piqueniques anuais encorajando a participação de mulheres.
São Paulo lança concurso para 15 mil professores. Depois de nove anos sem concurso para seleção de docentes da educação básica, o governo de São Paulo publicou na quinta (11) um edital com 15 mil vagas. Os salários iniciais são de R$ 5.000,00 (40 horas semanais) e R$ 3.125,00 (25 horas semanais).
Os aprovados irão trabalhar nas cerca de 3.250 escolas estaduais paulistas. As inscrições começam na segunda (15), e os candidatos podem escolher uma ou duas disciplinas para lecionar. Atualmente a rede pública tem 216,8 mil professores, dos quais 96,7 mil têm contratos temporários de trabalho. Leia aqui sobre o cronograma do concurso.
“Amigo de bandido” vira herói no cinema brasileiro. Como viver num mundo sem Rita Lee? Ou sem Michael Jackson, sem José Saramago. Gênios não deixam réplicas. O titã Paulo Miklos está nos cinemas. Estreou nesta semana O Homem Cordial, em que o músico interpreta um roqueiro famoso às voltas com plateia hostil, em noite interminável. O colunista Ricardo Sadovski escreve que o diretor Iberê Carvalho filmou a indignação (sobre racismo e outros temas) com urgência.
“O personagem testemunha, sem filtros, as consequências da injustiça social, da truculência policial e da devastação causada pela desinformação em redes sociais”, elogia. O filme foi premiado no Festival de Gramado em 2019, e o título recupera o conceito do brasileiro cordial, que se move pelo coração, passional, na raiz da palavra. Antes de Paulo Miklos, outros astros da música se aventuraram no cinema: Elvis Presley, Madonna, Barbra Streisand, David Bowie, Lady Gaga. Outros gênios.
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